boas festas em todos os gêneros - cartografia familiar
Feliz Natal! como prometido, segue uma carta que enviei à minha namorada no Natal do ano passado, depois de ter ganhado dela o jornal do dia que o homem pisou na Lua! SIM. Me levou a minha Bio-grafia.
Foi numa noite de Natal que voltei a andar, pude, depois de meses, subir a escadaria que encontro minha sala, meus livros, meu bidê. Reaprender a andar, a fazer xixi, poder usar um bidê, uma privada, das básicas ocorrências do dia, voltar ao teatro. Aquele dia 25 foi um nascimento também para mim, Maria.
Em julho de 1969, o Homem, aquele que na noite do mundo, com seus lápis e papéis, reaparece junto a uma cartografia familiar, pisou na Lua. Os jornais do Mundo-Terra tentam refazer aquela espetaculosa informação, o que é, em si, uma escolha frustrante. Dizer: "o Homem (homem) pisa na Lua" será sempre uma fábula, partilha de um conto.
O Natal — nascimento de família, do impossível, do milagre. Reunirmo-nos para celebrar o milagre da Vida, toda a Vida é regida por um milagre, por uma mão de anjo (numa geometria dos anjos), por essa mão/mãe de um D.,
O menino Jesus, pai e filho de Maria, pois M.
que tudo é, está no centro de toda Vida, é filha e mãe do criador, o que talvez seja assim o máximo da totalidade
eu vós saúdo, este livro que nos falta: o livro de maria
, há de pensar e escrever a mãe ,
Maria veste o Parangolé Mãe,
as mães todas são solo,
as mães todas são terra, são o que são,
O que tento dizer, a todo custo, pertence à lógica de que a pisada na lua é feitiço do fingimento do ser possível despedir-se da genealogia - Mãe. Nossos pés são de Terra e é no dia 25 de dezembro que nasce uma mãe
o maior portento da Vida.